Entre os anos de 1986 e 1988, criei uma pintura que, de forma simples e instintiva, refletia o peso e a fragilidade de uma fase difícil da minha vida.
Tinha apenas 16 anos, vivia praticamente sozinho, em meio à seca do interior de São Gonçalo do Amarante, no Ceará — um cenário árido, que traduzia não apenas a paisagem, mas também o que eu sentia por dentro.
A figura retratada, de corpo magro e expressão perdida, é uma representação simbólica de mim mesmo. Curiosamente, o personagem aparece fumando, mesmo eu nunca tendo fumado na vida. Esse detalhe nasceu como metáfora da confusão e do vazio que eu carregava na época — uma tentativa inconsciente de representar a busca por um escape, por um sentido, por um respiro em meio ao caos emocional da adolescência.
As linhas pretas que atravessam o corpo e o fundo da pintura simbolizam barreiras invisíveis — as limitações, o isolamento e as dificuldades que se impunham naquele período. O chão avermelhado e a parede ocre reforçam a sensação de calor, secura e introspecção, enquanto a sombra projetada sugere o peso de algo maior que o próprio personagem: a consciência da própria existência.
“Entre Sombras e Silêncios” não é apenas uma pintura — é um desabafo visual, uma janela para o que eu sentia naquele momento da vida. Hoje, ao olhar para ela, percebo que traduz algo universal: todos, em algum ponto do caminho, enfrentam seus próprios labirintos internos e aprendem a transformar dor em aprendizado.
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