Na coleção Raízes, categoria “Rostos da Seca”, apresentamos uma obra que carrega não apenas a simplicidade da técnica, mas também a intensidade de uma memória coletiva. Criada entre 1986 e 1988, em papel A4, com lápis e tinta guache, esta pintura traz à tona a realidade árida do sertão nordestino e a resiliência de seu povo.
A figura feminina, descalça, com uma lata d’água sobre a cabeça, caminha sob o sol abrasador. O chão avermelhado, quase incendiado pela ausência da chuva, contrasta com a sombra projetada, que amplia o peso da cena e transforma o cotidiano em símbolo. O sol, forte e implacável, testemunha a luta diária, enquanto a sombra da mulher se funde ao cenário como metáfora da resistência silenciosa.
Apesar da dureza, há poesia: um olhar adolescente que, mesmo diante do caos, soube enxergar beleza na sobrevivência. Essa obra, considerada pelo próprio autor como uma homenagem genuína à vida no sertão, transcende o tempo e nos lembra que arte é também memória, denúncia e esperança.
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